quarta-feira, 20 de maio de 2009

Suplementos alimentares podem causar sérias lesões

Suplementos nutricionais, freqüentemente considerados inofensivos, podem causar reações adversas significativas. Este alerta é feito por médicos do mundo inteiro, mas no Brasil, o assunto ainda é pouco discutido. Segundo o médico especialista em doenças do fígado, Marcial Carlos Ribeiro, o uso indiscriminado de ingredientes não mencionados na formulação desses produtos representa sérios riscos à saúde.

Em países industrializados, há um número ascendente de produtos que proclamam a melhora na qualidade de vida, aumento da performance física e mental e elevação da auto-estima. Com o apelo de “produto natural, homeopático e feito de ervas”, são considerados inofensivos.

“Vários suplementos alimentares são produzidos, vendidos e consumidos sem grandes barreiras de regulamentação”, revela Ribeiro. Além disso, esses produtos, normalmente, não possuem informações claras sobre os ingredientes ativos, suas combinações e indicações de uso. “Há pouca evidência clínica sobre a eficácia e a segurança desses produtos. Na verdade, muitos suplementos alimentares são associados com reações adversas graves e mesmo falência hepática fulminante”, conta o especialista.

Dados da Associação Americana de Estudos das Doenças do Fígado revelam que há casos de pacientes com saúde normal, vacinados contra hepatite viral dos tipos A e B, apenas com excesso de peso, que após um período de regime a partir do consumo de produtos formulados com Camellia Sinensis, substância também encontrada no chá verde, deram entrada em hospitais com quadro de dor aguda na região abdominal. Após exames e tentativas de tratamento, desenvolveram necrose hepática, que resultou em um transplante de fígado.

Ribeiro, que também é o instituidor da Funef (Fundação de Estudos das Doenças do Fígado Koutoulas-Ribeiro), explica que o maior problema está na falta de padronização desses produtos. “Eles deveriam ser considerados medicamentos e vendidos somente com receita médica e acompanhamento especializado”, conclui o médico.

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